Em busca de estabilidade

Junte-se à The Hut esta semana para o Programa 6 de Ali Mazrui "Os Africanos": Um Triplo Património".

Mazrui olha para a história da governação em África. Ele começa com o fracasso da democracia britânica na Nigéria. A Câmara do Parlamento é silenciosa. O sistema político que funcionava antes da colonização baseava-se e regras e tradições que promoviam a ordem social e um sentido de comunidade. O reino Asante no Gana continua uma herança real de 400 anos onde a Rainha Real Mãe escolhe o sucessor, e o consenso entre os membros do reino permite que o sucessor governe. Contudo, o reino Asante cobre apenas uma parte do Gana, e o verdadeiro poder reside num governo militante e socialista que defende uma maior eficiência na agricultura, no desenvolvimento, e no direito dos civis a portarem armas.

Os europeus coloniais estabeleceram o governo sobre uma base incerta. Enquanto os europeus tiveram séculos para modificar os seus governos, os africanos tiveram apenas 25 anos de tentativas e erros. Há sempre o perigo da anarquia, ou de um governo demasiado pequeno, e da tirania, ou de um governo excessivo. O exército permanente de soldados torna-se uma força poderosa e potencialmente destrutiva. Mazrui apresenta uma representação pictórica de 70 golpes de estado em 25 anos, a maioria acontecendo a norte do equador. Milhões de pessoas são destituídas à medida que procuram asilo político ou refúgio económico. O problema dos refugiados está a crescer.

Na Nigéria, uma grande eleição ocorreu em 1983, onde pela primeira vez, em vez da regra do consenso, foi utilizado o método do "vencedor do estilo ocidental". No espaço de um mês, os militares derrubaram o governo. O General que tomou posse criou uma ditadura.

Nas sociedades islâmicas, os golpes militares acontecem com menos frequência porque existe uma maior estabilidade nestas sociedades. Existe o factor de união da religião. No entanto, no Sudão, houve uma guerra civil devido à divisão Norte/Sul entre muçulmanos e não-muçulmanos. Os britânicos tinham separado os muçulmanos e não-muçulmanos para refrear a influência do Islão, mas uniram-na territorialmente. Uma trégua de 10 anos começou em 1972, mas terminou em novos combates.

No Congo, a ordem e o sentido de comunidade são elusivos. Em contraste, o Quénia teve Kenyatta como Presidente durante 15 anos. Ele tornou-se um símbolo de estabilidade ao liderar um Estado monopartidário. Embora tenha sido assassinado em 1969, o Vice Presidente que lhe sucedeu continuou o seu legado de autoconfiança e empreendimento privado. Na Tanzânia, a língua suaíli é a língua oficial do governo, permitindo que milhões de pessoas sejam elegíveis para cargos governamentais. Desenvolveu-se um sentido de comunidade em torno da utilização de uma língua comum. Neste Estado monopartidário, a Tanzânia tem autonomia cultural. Em 1985, o Presidente demitiu-se para permitir que o Vice-presidente assumisse o cargo.

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